INSTITUTO INTEGRA PROMOVE SEMINÁRIO SOBRE DESENVOLVIMENTO LOCAL E ECONOMIA SOLIDÁRIA

No dia 15 de setembro, o Instituto Integra para o Desenvolvimento em parceria com a Caritas Arquidiocesana de São Paulo e o Projeto Brasil Popular, realizou o “Seminário Desenvolvimento Local e Economia Solidária”, no salão da Paróquia São Luiz Gonzaga em Pirituba, São Paulo-SP.

Este seminário teve como objetivo olhar a realidade e as possibilidades das periferias da cidade de São Paulo a partir de duas apresentações: VIVER EM SÃO PAULO – Trabalho e Renda – Desemprego e pobreza nas periferias – AMÉRICO SAMPAIO da Rede Nossa São Paulo e TERRITÓRIOS URBANOS E DESENVOLVIMENTO LOCAL – Perspectivas e possibilidades de enfrentamento das desigualdades, – com o economista LADISLAU DOWBOR.

Américo Sampaio, da Rede Nossa São Paulo, destacou que geração de trabalho e renda devem sempre estar sendo pensados associados ao planejamento Urbano.

O Planejamento urbano pode ser o mediador entre o capital e o solo urbano. O Planejamento das cidades tem um papel importante na geração de trabalho e renda, por isso a necessidade de discussão do projeto de cidade e do modelo de desenvolvimento.

Ao fazer a apresentação da pesquisa na cidade de São Paulo, mostrou que ela traz os dados sobre renda pessoa, despesas do dia a dia, desemprego e mercado de trabalho entre homens e mulheres. O tema impacta fortemente as pessoas em sua autoestima e na própria cidade. O desemprego tem relação com segurança, com impactos internos, nas pessoas da nossa cidade.

E quem são os desempregados? As mulheres (58%), pretos e pardos (59%), mais jovens (26%), menos instruídos (43%), oriundos das regiões leste e sul (37% cada um) e renda familiar até dois salários mínimos (35%). Cerca de quatro em cada 10 desempregados estão nessa situação há um ano ou menos: 44% até um ano, 18% de um a dois anos e 29% mais de dois anos.

Destacou os principais aprendizados em três eixos foram: 1) renda pessoal e despesas do dia a dia – predominar a percepção de estabilidade na renda pessoal nos últimos 12 meses, mas pouco mais de 1/3 viu sua renda diminuir neste período e a alimentação se configura como a principal como a principal despesa do cotidiano paulistano; 2) trabalho, região e desemprego – quase um quinto não está trabalhando atualmente e, desses, cerca de quatro em cada 10 estão sem emprego há um anos ou menos; 3) mercado de trabalho entre mulheres e homens – a ideia de um mercado de trabalho igualitário entre mulheres e homens ainda não está fundamentada para cerca de metade dos entrevistados.

Ladislau Dowbor, economista, professor titular da PUC-SP, apresentou que o conceito do desenvolvimento local está cada vez mais presente, e há no Brasil inúmeras experiências bem sucedidas. Existem muitas propostas em prática para gerar um ambiente mais favorável para estas iniciativas, visando em particular um processo de inclusão produtiva no nível local.

A dimensão territorial dos processos econômicos é essencial. Em particular, ao se deslocar boa parte das iniciativas do desenvolvimento para o nível local, aproxima-se a decisão do espaço onde o cidadão pode efetivamente participar, enfrentando em particular a “marginalidade urbana” que se tornou a forma dominante de manifestação da nossa tragédia social.

Uma comunidade local deixa de ser um receptor passivo de decisões longínquas, seja do Estado que vai “doar” um centro de saúde, ou de uma empresa chegará e poderá “dar” empregos. O desenvolvimento deixa de ser uma coisa que se espera pacientemente, torna-se uma coisa que se faz, inclusive no aspecto da organização dos aportes externos.

Por fim disse que resgatar o potencial econômico da gestão local não envolve apenas eficiência de gestão empresarial e pública, envolve também colocar uma parte maior da economia na escala onde as pessoas têm sobre ela um controle maior, resgatando assim o controle sobre as suas próprias vidas. Uma economia que passa a pertencer ao cidadão abre mais espaço para uma política que pertença ao cidadão.

Os palestrantes deixaram algumas sugestões/provocações para que possamos pensar em como implementar em nosso território: Levantamento dos dados da região (oferta de ajuda com a metodologia); apresentar o resultado do levantamento e comprometer as subprefeituras; associar a discussão dos grupos de economia solidaria a questões culturais; encontros permanentes; curso dos livros e vídeos de pedagogia da economia e articulação com os Movimentos culturais e conhecer a identidade dos bairros do nosso território.

O Seminário foi uma oportunidade para resgatar e fortalecer as lutas dos movimentos sociais da Região Noroeste da Cidade de São Paulo, território que atuamos e onde queremos mobilizar parceiros a partir de redes para o desenvolvimento. Também foi oportunidade para a apresentação da nova denominação do instituto, a partir de agora somos: INSTITUTO REDES PARA O DESENVOLVIMENTO.

Obs.: A Pesquisa da Rede Nossa São Paulo e o Livro a Era do Capital Improdutivo se encontram em nosso link Biblioteca, no site: www.integrasocial.org.br

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